Recentemente o Comitê Olímpico
Brasileiro estabeleceu uma meta ousada para os Jogos Olímpicos de 2016. A meta do COB é conquistar ao menos 27 medalhas para que o Brasil figure entre os dez
primeiros colocados no ranking final de medalhas na Olimpíada do Rio. Nos jogos
de Londres, em 2012 o Brasil obteve seu recorde de medalhas (17), duas a mais
que nos jogos de Pequim em 2008.
Nos Jogos Olímpicos de Pequim, em
2008 o Brasil conquistou 15 medalhas (3 de ouro, 4 de prata e 8 de bronze). Em
Londres 2012 o Brasil conquistou 17 medalhas (3 de ouro, 5 de parta e 9 de
bronze). A meta das 27 medalhas para os jogos do Rio parece ser bem ousada,
para isso o investimento feito no quadriênio de preparação para a competição é
de aproximadamente R$ 1,33 bilhão. A aposta ousada do COB é nas
modalidades em que o Brasil já tem certa tradição Olímpica, como vôlei, vôlei
de praia, vela, judô, além do futebol que conta apenas com investimento da
Confederação Brasileira de Futebol. Mas a pergunta que fica é se todo esse
investimento é feito de forma correta, afinal não é só em quatro anos que se
constrói uma medalha olímpica.
O Comitê Olímpico Brasileiro e o
Ministério dos Esportes deveria investir pesado na educação, dando oportunidade
para as crianças conhecerem os esportes desde cedo, afinal o esporte é um
importante componente da educação de um povo. O esporte socializa o cidadão por
isso ele precisa ser implantado desde a escola básica. A criança precisa ter o
livre arbítrio para escolher o que ela quer, se ela não quiser seguir no esporte
o governo tem que dar opções para ela, assim se a criança não sair da escola
com uma boa base esportiva ela sairá tendo uma boa formação social e
consequentemente mais preparada para a faculdade e posteriormente para o mercado de trabalho.
Um país com mais de 200 milhões
de habitantes não pode viver apenas de alguns esportes coletivos ou casos
isolados de sucesso nos esportes. O caso mais famoso de sucesso brasileiro nas
Olimpíadas é o de Arthur Zanetti, ouro nas argolas nos Jogos de Londres em 2012. Fora
algumas raras exceções não se descobre um medalhista olímpico assim, do nada.
Uma medalha olímpica é fruto de muito trabalho, desde a base. O COB e o governo
insistem nessa incomoda prática de investimentos no quadriênio olímpico, só isso não basta.
Outro ponto importante sobre o
esporte brasileiro: Após o fiasco brasileiro na última Copa do Mundo o Governo
Brasileiro declarou que pretendia moralizar o futebol, até ai OK. Mas e as
outras modalidades esportivas? Elas não precisam ser moralizadas também? Ou por acaso se o
Brasil não alcançar o objetivo de medalhas impostas pelo COB para as Olimpíadas
do Rio o Governo vai vir e dizer que todos os esportes precisam ser
moralizados. O esporte brasileiro realmente precisa ficar passando por todos esses vexames para o Governo ver que está fazendo alguma coisa de errado?
O esporte brasileiro precisa de
uma revolução, desde lá de baixo. O esporte brasileiro precisa de uma voz séria
de comando, alguém que tenha coragem de mudar tudo que for preciso e não fique
só distribuindo dinheiro para as federações. O esporte brasileiro precisa acima de tudo se profissionalizar. Profissionalizar os esportes
obriga que os dirigentes esportivos sejam obrigados a mostrar resultados, tanto
na base quanto no profissional. Em casos de insucesso esses mesmos dirigentes
possam ser demitidos, assim esses mesmos dirigentes não seriam mais donos dos esportes, como acontece na maioria das federações.
Se ninguém fizer nada pra mudar o
esporte brasileiro o fracasso que se viu no futebol durante a Copa será pequeno
perto do quem vem nas Olimpíadas de 2016.
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