A Copa terminou faz 10 dias, o
torcedor brasileiro parece que ficou mal-acostumado com os grandes públicos e
toda a organização dentro e fora das Arenas. Com a volta do Campeonato Brasileiro
série A e B o que se viu foi à empolgação do torcedor ir por água abaixo,
assim como o nível técnico das partidas do Mundial em comparação com o futebol
tupiniquim.
O desafio de quem organiza o
futebol brasileiro é grande, aumentar as médias de público e de ocupação dos
estádios. Essa meta parece ser bem utópica, tendo em vista as duas rodadas
pós-Copa nas duas principais divisões do futebol nacional.
Em números:
As duas últimas rodadas do
principal campeonato do país receberam um total de 288.245 expectadores, a
média de público nessas duas rodadas foi de 16.013 torcedores por partida (esse número é
equivalente a 18 jogos já que Chapecoense x Atlético-MG não se enfrentaram
pela 10º rodada porque o Galo tinha compromisso pela Recopa Sul-americana e na
11º rodada o jogo Atlético-PR 2 x 0 Criciúma teve que ser realizado com portões
fechados por causa de uma suspensão imposta pelo STJD ao time da casa). Já a
série B recebeu um total de 101.228 expectadores em 20 jogos, com média de 5.061 torcedores por
partida. Dentre essas 38 partidas nas duas principais divisões do futebol brasileiro o maior público foi no jogo São Paulo 0 x 1
Chapecoense, onde 43.075 torcedores foram ao Morumbi na noite do sábado (19/07).
O pior público foi no jogo Oeste 0 x 0 Icasa, onde apenas 265 almas estiveram
no Estádio dos Amaros, em Itápolis.
Se compararmos as duas últimas
rodas do campeonato brasileiro, série A e B com a Copa realizada em solo
brasileiro às diferenças serão gritantes, comparando então com MLS (Major
League Soccer) a comparação parece ser um pouco mais justa, porém ainda
desleal. Se formos comparar a média de público do futebol nacional com a média
do Borussia Dortmund, que foi o campeão de público na última temporada europeia,
seria ainda mais desleal.
A Copa do Mundo recebeu 3.429.873
espectadores em 64 jogos, uma média de 53.592 torcedores por jogo (segunda
maior média da história das Copas, atrás apenas da Copa de 1994 que recebeu uma
média de 68.991 torcedores por partida). O pior público da Copa de 2014 foi no jogo
Rússia 1 x 1 Coréia do Sul (37.603 torcedores), o maior público foi na final, 74.738
expectadores.
Até a semana 19 da MLS, a média
de público nos Estados Unidos era de 18,743 torcedores por partida,
equivalente a 9º maior marca dentre todas as ligas de futebol no mundo segundo pesquisa da Pluri Consultoria. A série
A do campeonato brasileiro ocupa a 15º posição, com média de 14,951 torcedores
por partida. O campeão desse ranking é a
Bundesliga, que tem média de 43.173 torcedores por partida.
Mesmo com as Arenas superfaturadas da
Copa, esses números para o segundo semestre de 2014 tem uma perspectiva de
piora, já que nas últimas duas rodadas a média de público nos estádios
despencou. Esse resultado não surpreende por vários motivos, dentre eles
podemos destacar a falta de atrativos do campeonato, os altos preços dos
ingressos, a sensação de insegurança, a concorrência com o pay per view e até
outras formas de entretenimento.
A verdade é que tem muita coisa que
precisa ser feita para atrair os torcedores para os estádios. O futebol precisa passar por uma verdadeira revolução e o torcedor precisa fazer parte de tudo isso,
afinal de contas é ele quem consome. Se você tratar mal o cliente ele nunca
mais vai consumir o seu produto e é isso que está acontecendo no Brasil,
enquanto o torcedor não se sentir seguro ele não voltará aos estádios.